Curtas [1]

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1º de Abril
Parace mentira, mas amanhã é o aniversário de Orlando Bonilha (PR). Talvez ele abra a sua caixa de e-mails, portanto, os que tiverem dispostos a mandar "parabéns" anotem: orlandobonilha@cml.pr.gov.br, orlandobonilha@centrodedetencaoeressocializacao.br ou para bonilha@corpodebombeirosnojardimtokio.com.br.

Objetividade
Sejam objetivos nas mensagens e digam o motivo dos parabéns: aniversário, renuncia ou prisão.


Aviso
Os três e-mails citados acima poderão voltar para o remetente, motivos:(1) Bonilha não abre o da câmara desde que foi afastado da casa e pediu renuncia do legislativo londrinense; (2) O e-mail do CDR,
Centro de Detenção e Ressocialização, não chegou a ser usado porque não havia vagas no dia que ele foi preso; (3) Bonilha só ficou um dia no Corpo de Bombeiros, é provável que ele não chegou a conectar-se na internet.

A Solução (1)
A boa ação seria pegar os 6 números telefonicos que constam no 102 (informações - Sercomtel) e sair ligando. Sinto dizer, mas isso não será tão simples: Orlando não é Bonilha desde o primeiro dia (da mentira) que nasceu. Ele "adquiriu" este nome quando comprou uma casa de carnes do Sr. Waldemar Moreno Bonilha, a Casa de Carnes Bonilha, há mais 10 anos. Portanto, estaríamos ligando pra familia de Waldemar.

A Solução (2)
Ligar amanhã no 3374-1370, gabinete 01, e pedir o novo e-mail de Bonilha. Aproveite e questione se o Henrique Barros tem outro e-mail - Já ajudaria muito os aniversariantes de agosto.

O Profeta dos Tempos Eleitorais

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Em 2000, meu professor de história, Norival Claro, pediu que acompanhássemos o horário eleitoral na TV, que cada um anotasse 30 propostas de diversos vereadores de qualquer partido, para depois avaliarmos as respectivas idéias. Não me recordo se houve discussão em sala - provavelmente houve -, mas me lembro perfeitamente o que notei enquanto anotava as idéias dos candidatos: Discursos homogêneos. Chamei de "faz-tudo" o candidato que promete segurança, infra-estrutura, educação, transporte, moradia, saneamento básico, saúde, emprego e dignidade aos mais pobres. Era exatamente assim; Muitos perdiam o fôlego até. Na época, a única coisa que me ocorreu foi a impossibilidade daquelas propostas.
Hoje noto que talvez meu pensamento tenha sido torto, mas não foi errado. Torto porque não sabia que aqueles candidatos, na verdade, não estavam oferecendo ou propondo nada: Nada!
Pois, o candidato que for eleito tem uma série de responsabilidades que vou chamar de "Contrato Social". O "Contrato-Social" é assinado automaticamente e tem todos os itens considerados "promessas de campanhas". O designado ocupa um cargo público e foi legitimado para, de um modo automático, servir os interesses de todas as esferas da sociedade - e nestes, estabelecer critérios e prioridades que favoreçam o bem-estar social. Portanto, o candidato que chama o eleitor de indigno (sem comida, sem educação, sem transporte, sem emprego) tem a obrigação de fazer algo. Não é sinecura, é um dever social.

O discurso dirigido

De um outro lado estão os que canalizam as obrigações e as transformam em mercadoria, com jargão e tudo. Quando um vereador decide criar uma proposta de trabalho, ele promete uma meta inadiável. Exemplo: "Vou construir a tão necessária estrada 'norte-sul Londrina'", neste caso, quando o candidato apresenta uma proposta que foge do padrão, ele atinge um eleitor-alvo; alguém que depende exatamente daquilo que ele propôs. Se uma obra desse tipo era esperada pela região em destaque, será maior a abrangência do voto.

Decodificando o caminho que a proposta traçou, temos as palavras-chave da manipulação indireta. No exemplo da estrada fictícia "norte-sul Londrina", uma das necessidades básicas foi segmentada, direcionada, apresentada e imposta. Os passos seguintes são a superlativação e a dependência.
Segmentada - o setor de transporte foi dividido no tema para fazer fusão com outros temas segmentados. Exemplo: "Ele não falou em reformar ruas, mas fará uma estrada que trará investimentos e emprego para a região".
Direcionada - Não é mais um "tiro-cego"ou uma generalidade. Agora ele transmite fidelidade com a/o região/eleitor escolhida (o) na proposta. Exemplo: "Amigos da região sul/norte”.
Apresentada - Detalhar “o porque” e “como” são essenciais para o pós-horario eleitoral. Além de ser uma etapa de convencimento, servirá também de munição para a guerra do boca-a-boca que o novo leitor irá enfrentar. Exemplo: "A estrada vai sair daqui e vai até a região norte. Ela passa onde tem os locais com grandes indústrias na cidade. Pode ser feita em no máximo 2 anos!".
Imposta - Quando o candidato traça o projeto, ele não abre espaço para debates; ele apenas impõe. Se haverá algum impedimento, isso é visto depois. Durante a campanha ele impõe projetos em suas apresentações, dificilmente ele "busca" opiniões avessas ou acatam alternativas, pois tem que evitar os ruídos/empecilhos causados pela alteração da conduta. Estas alterações no meio da campanha criam uma falha na redundância e na identidade do projeto.
Superlativação - A valorização é algo crucial. O candidato irá apresentar comparações de locais que já adotaram propostas semelhantes (nunca iguais, o ineditismo não pode ser rompido) e que obtiveram sucesso. Normalmente cidades da região que tem dados crescentes quando comparados ao da cidade do eleitor - esta pode aparecer com os dados "congelados" ou “decadentes”. Mostrar a ascensão de uma cidade que tem iniciativas parecidas com as apresentadas pelo candidato, renova a moral e confiança do eleitor. Também ascende uma súbita vontade de "crescer" com aquela idéia. Exemplo: "Cascavel há três anos tem um projeto parecido. A via rápida que liga o parque industrial da cidade ao lado norte e oeste fez com que a cidade subisse de 8º melhor cidade do estado para o 4º lugar. Londrina estava em segunda até o ano passado, mas no ultimo resultado divulgado apareceu em 5º lugar”.
Dependência - O mais universal e importe ponto é a dependência. Neste momento, onde é finalizado o plano de convicção, o peso do "é possível somente" cai sobre as costas do eleitor. Toda a desgraça descrita, todo o sucesso alheio e a possível salvação dos tempos resume-se em: "Para tudo isso que prometi, querido amigo, dependo do seu voto"

Estes são, segundo minhas perspectivas, os degraus da manipulação indireta através da proposta.

Eleições Municipais 2008

Londrina poderia esperar até 8 candidatos a prefeito este ano, porém, após o escândalo na câmara, o vereador Orlando Bonilha caiu fora da jogada com a sua renuncia. Bonilha (PR) está na mira de oito processos judiciais em que é acusado de extorsão e formação de quadrilha. Quem presidia a comissão processante de Bonilha é um outro candidato ao executivo e atual vereador na cidade, Tercilio Turini (PPS).
Além desses citados acima – onde só um provavelmente irá entrar as eleições -, restaram 6 candidatos “piolho-de-eleição”. Eles tentaram nas ultimas eleições ou já foram prefeitos da cidade alguma vez, todos exercem cargos federais ou estaduais e agora preparam suas receitas/despesas, contatos jornalísticos, filiações e partem para a disputa de 2008. Uma pesquisa feita no final de 2007 pela Canadá Pesquisas mostra Belinati com 36,9%, seguido por Barbosa Neto, com 23,5%. Hauly vem 10,8%, André Vargas e Cheida, empatam no 3,4%, Tercílio Turini, do PPS, com 2,8% e Canziani na lanterna com 1,8%. Brancos e nulos, 7,1% e indecisos, 10,1%. A pesquisa ouviu 493 eleitores londrinenses.
As eleições deste ano trazem um destaque: Um quarto dos deputados federais serão candidatos a prefeito em 2008. Assim, cento e treze, dos mais de 500 candidatos, pretendem se candidatar a prefeito deixando na Câmara um suplente no lugar. A informação é do Congresso em Foco e nessa consta que 8 deputados federais tentarão eleições nos municípios do Paraná - 4 deles em Londrina.
Cada deputado abaixo tem um custo anual que ultrapassa a marca de milhões de reais. Os deputados federais custam aos cofres públicos R$ 99.467 por mês, o equivalente a 284 salários mínimos de R$ 350 - o que somando seus 15 salários anuais dão mais de R$ 1,49 milhões. Já os deputados estaduais podem ter o custo que ultrapassa os R$ 4,2 milhões anuais. Para simplificar, um exemplo popular: Atualmente o Belinati custa ao estado um "PAI + Inauguração" por ano.
Portanto, segue a relação de nomes e partidos dos futuros candidatos a prefeitura de Londrina em 2008. Os dados acompanham fotos e informações financeiras de campanhas nas eleições de 2006, onde todos abaixo conseguiram algum cargo federal ou estadual.


Nome
: Homero Barbosa Neto
Nome para urna eletrônica: BARBOSA NETO
Partido Político: Partido Democrático Trabalhista (PTB)
Grau de Instrução: Superior completo - Jornalista
Ocupação: Deputado Estadual
Eleito pela Coligação Paraná de Verdade (PP / PDT / PTB / PSB) com 132.674 votos (2,48%)
Receitas para campanha de 2006 (TSE): R$ 181.475,50
Destaques na receita (ver todas):
>UNIMED DO ESTADO DO PARANÁ - R$ 50.000
> UNIÃO NORTE DO PARANA DE ENSINO - R$ 40.000
> Diretório Nacional PDT - R$ 25.000

Declaração de Bens
Apartamento Edifício Renoir, Londrina, PR R$ 12.364.00
Banco Itaú, CC 28309-9, AG 3878 R$ 546.15
Apartamento Residencial Top Life, Londrina, PR R$ 24.301.20
Capital Social Empresa HBN Propaganda R$ 2.970.00
Datas de Terras n 13, área 287,53m2 R$ 31.100.00
Imóvel Residencial, Rua Santiago, Londrina, PR R$ 400.000.00
Quotas Itaú Personalite Longo Prazo R$ 73.208.38

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Nome: Luiz Eduardo Cheida
Nome para urna eletrônica: CHEIDA
Partido Político: Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
Grau de Instrução: Superior completo - Médico
Ocupação: Deputado Estadual
Eleito pela coligação (PMDB) com 39298 votos (0,74%)
Receitas para campanha de 2006 (TSE): R$ 324.100,73
Destaques na receita (ver todas):
> MILÊNIA AGRO CIÊNCIA - R$ 40.000
> EDITORA FTD S/A - R$ 32.520
> USINA ALTO ALEGRE S/A - R$ 30.000

Declaração de Bens
APTO CURITIBA R$ 82.000.00
CAPITAL SOCIAL EMPRESA CHEIDA & CIA LTDA R$ 2.000.00
CASA EM LONDRINA R$ 215.000.00
CONSORCIO VEICULO HONDA CIVIC 2000 R$ 14.102.34
QUOTAS CAPITAL DA UNIMED R$ 1.309.18
QUOTAS EMPRESA UNICRED R$ 3.071.85

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Nome: Antonio Casemiro Belinati
Nome para urna eletrônica: BELINATI
Partido Político: Partido Progressista (PP)
Grau de Instrução: Ensino Médio Completo
Ocupação: Deputado Estadual / Locutor e Comentarista de Rádio e Televisão; Radialista
Eleito pela coligação (PP / PDT / PTB) com 81157 votos (1,52%)
Receitas para campanha de 2006 (TSE): R$ 31.037,44
Destaques na receita (ver todas):
> CREARE ADMINISTRADORA DE MOVEIS E IMÓVEIS LTDA. - R$ 22.000

Declaração de Bens:
57.500 Ações Bamerindus R$ 122.46
Apartamento Edifício Costa do Marfim, Londrina PR R$ 198.794.55
Apartamento Edifício Vista do Sol, Curitiba PR R$ 62.457.55
Automóvel GM/Omega 1996 - AEB-2500 R$ 33.000.00
HSBC Banco Brasil S/A - Previdência R$ 3.528.00
HSBC Bank do Brasil S/A R$ 302.66
HSBC Bank do Brasil S/A R$ 22.190.51
HSBC Bank do Brasil S/A R$ 7.309.37
Linha Telefônica R$ 3.053.47
Linha Telefônica R$ 1.249.14
Linha Telefônica R$ 1.596.13
Lote Terras 249-1A - 55,728m2 R$ 40.788.26
Lote Terras 249-2, 58,170m2, Gleba Cafezal R$ 78.122.04
Lote Terras Jardim Londrilar contendo uma residência R$ 131.854.81

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Nome: André Luiz Vargas Ilário
Nome para urna eletrônica: ANDRÉ VARGAS
Partido Político: Partido dos Trabalhadores (PT)
Grau de Instrução: Superior completo
Ocupação: Deputado Estadual
Eleito pela coligação Paraná Unido (PT / PHS / PL / PAN / PRB / PC do B) com 83.222 votos (1,56%)
Receitas para campanha de 2006 (TSE): R$ 307.674,14
Destaques na receita (ver todas):
> Comitê Financeiro Único PT(PR) - R$50.000
> EDEME CONSTRUÇÕES CIVIS - R$21.700
> DESTILARIA AMERICANA SA - R$10.000

Declaração de Bens
COD 21 AUTOMÓVEL FORD F-250 PLACA DAN-3249 ANO 2001 R$ 80.000.00
COD 32 1% DAS COTAS DE CAPITAL DA EMPRESA HUM NOVE NOVECOM. ARM. E UTIL. LTDA R$ 100.00
COD 63 TRANSFERÊNCIA EM DOAÇÃO DE R$ 43.000,00 PARA EIDILAIRA SOARES GOMES EM 2004 R$ .01

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Nome: Luiz Carlos Jorge Hauly
Nome para urna eletrônica: HAULY
Partido Político: Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)
Grau de Instrução: Superior Completo
Ocupação: Deputado Federal
Eleito pelo PSDB com 111.506 votos (2,08%)
Receitas para campanha de 2006 (TSE): R$ 1.008.606,43
Destaques na receita (ver todas):
> URUCUM MINERACAO S/A - R$ 100.000
> NORTOX S/A - R$ 100.000
> IBS-INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA - R$ 100.000
> BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS - R$ 100.000
> EMBRAER EMPRESA BRASILEIRA DE AERONAUTICA - R$70.000
> KLABIN S/A - R$ 70.000
> COPERSUCAR - COOPERATIVA DE PRODUTORES DE CANA DE ACUCAR - R$ 50.000

Declaração de Bens:
05 linhas telefonicas R$ 5.204.55
1/3 chacara em Primeiro de Maio 2000 m² R$ 8.000.00
1/8 de uma casa no Jd. Shangrila - Londrina R$ 2.230.84
1/8 terreno com 6.015 alqueires - Cambe R$ 3.202.02
25% de 8 Alqueires-Gleba Floresta-Cambé R$ 9.975.00
25% terreno 32,90 Gleba Ribeirão Vermelho R$ 64.400.00
BB RF LP 150 mil R$ 149.511.30
Casa Rua Carlos Sawad, 201 Cambé R$ 32.941.48
Sala Comercial Ed. Pioneiros-Cambe R$ 5.684.78
Veiculo Blazer Executive 2001 R$ 50.000.00
Veiculo Vectra GLS 1998 R$ 30.000.00
apartamento Rua Buenos Aires, 286 R$ 79.844.40
apartamento Rua Pio XII, 481 ap 601 R$ 157.738.27
capital corol Coop. A. Rolândia R$ 5.553.18
terreno 2,9 alqueires - Rolandia R$ 12.149.64
terreno com 18,9 Alqueires - Cambe R$ 78.660.27

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Nome: Alex Canziani Silveira
Nome para urna eletrônica: Alex Canziani
Partido Político: Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)
Grau de Instrução: Superior completo
Ocupação: Deputado Federal
Eleito pela coligação Coligação Paraná de Verdade (PP / PDT / PTB / PSB) com 111.472 votos (2,08%)
Receitas para campanha de 2006 (TSE):R$ 1.059.145,83
Destaques na receita (ver todas):
> BRASTUBO CONSTRUCOES METALICAS LTDA -
R$ 100.000
> VIA SERVICOS INTEGRADOS S/C LTDA - R$ 112.000
> MILENIA AGROCIENCIAS S/A - R$ 40.000
> PRIMO SCHINCARIOL IND DE CERVEJAS > R$30.000

Declaração de Bens:
Automóvel Citroen/Xsara Picasso SX 2001/2002 R$ 40.000.00
Automóvel Passat 94/95 R$ 17.000.00
Automóvel Passat 98/99 R$ 34.000.00
Capital integralizado Londritec R$ 3.283.92
Parte Ideal 1/4 Apartamento Edifício Barão do Catuaí, Londrina PR R$ 30.359.94
Parte Ideal 1/4 da metade do Prédio A. Julio Estrela Moreira R$ 48.127.69
Parte Ideal de 1/4 de imóvel rural Sovaí, Município de Jaguapitã PR R$ 88.828.51
Parte Ideal de 1/4 do Sítio Santa Rosa do Viterbo, Londrina PR R$ 34.698.63
Parte Ideal de 1/4 do imóvel rura Fazenda Estrela, município de Colorado PR R$ 117.975.38
Parte ideal de 1/4 de 50% de 1.10 em 18 Chácaras em comum, situada na Gleba Primavera em Londrina PR R$ 867.45
Parte ideal de 1/4 do imóvel rural Sovai 05, Município Jaguapitã PR R$ 111.035.65
Prédio desapropriado para União Federal R$ 6.939.72
Sala 04 Edifício Metropole, Londrina PR R$ 6.450.56
Terreno no Royal Golf Residence R$ 309.607.53
Unidade Autônoma comercial sala 108 Edifício Metropole R$ 22.585.06
AUTOMÓVEL SANTANA PRETO R$ 22.000.00

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Dar, receber e a reciprocidade politizada

Hoje em dia não há segredo algum em dizer que um candidato recebe incentivos de empresas privadas durante o período eleitoral. Sabemos que essas empresas defendem o capital e a classe que lhes cabem: Burguesa. Temos conhecimento também que nenhum empresário gosta de rasgar dinheiro, ou simplesmente dá-lo - e por mais humanitária que seja a atitude, ainda prevalecerá o interesse próprio.

Com os dados listados acima, podemos afirmar que uma eleição exige um investimento amplo. Nas eleições de 2006, se somado todos os gastos de candidatos ao legislativo nacional, teremos mais de R$ 19,79 bilhões em despesas. Dos 18 mil candidatos, somente 6 declararam não gastar nada.

Todos os possíveis candidatos à prefeitura de Londrina são economicamente estáveis, segundo as próprias declarações. Alguns têm o passado tão extenso que só um livro-reportagem poderá nos mostrar a ponta-do-iceberg, como o populista Belinati, que já teve seu mandato cassado há menos de 10 anos atrás e coordenou um dos maiores esquemas de corrupção de Londrina: O Caso Ama/Comurb. O ex-prefeito silenciou a imprensa, enriqueceu na vida publica, inseriu a familia na política e foi excretado pelo lendário lema "Rouba, mas faz". Todas as informações podem ser encontradas no livro "Imprensa e Política: O Caso Belinati", do jornalista Fabio Silveira.

A Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), que ajudou Hauly com R$100 mil, tem uma paquera duradoura com o deputado tucano. Mesmo recheando a sua esperança de futuro deputado com sentimentos milionarios, a BM&F o convidou para um tour em território estadunidense onde ele e mais 6 companheiros, todos com as despesas devidamente pagas, visitaram bolsas de valores, universidades e órgãos do governo americano, além de participarem de uma solenidade de entrega do título de "Homem do Ano 2007" para o presidente da BM&F, Manoel Felix Cintra Neto. As informações são do Congresso em Foco.

A BM&F não poupou doações nas eleições de 2006. O dinheiro direcionado ao cofres de campanhas ultrapassa o valor de R$ 3 milhões. Vinte e um candidatos do PFL receberam o apoio, que tinha o valor maximo de R$100 mil. O PSDB também foi um dos beneficiados: 18 candidatos receberam quantias que podiam chegar a cem mil (como Hauly, que foi o único tucano com essa quantia recebida). O PT teve sete candidatos na lista da Bolsa e o valor máximo repassado foi de R$50 mil.

Outro exemplo: Luiz Eduardo Cheida ganhou seu maior repasse da Editora FTD. O ex-prefeito de Londrina tem 6 livros publicados pela editora (2 em 1989 e 4 em 2002). O tema que os livros abordam é "ecologia". Nas eleições de 2002, Cheida foi beneficiado com mais de R$ 85.000 pela FTD.

Ainda sobre Cheida, numa analise mais intrínseca, a Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte (APROMAC - www.apromac.org.br/CAN_CHEIDA.pdf) traz algumas questões extremamente relevantes sobre o candidato. O Deputado sempre esteve envolvido com o meio-ambiente. Atualmente é presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Paraná, mas as receitas de Cheida mostram um lado ecologicamente-nada-correto (ou extremamente controverso). A Milênia, que cede mais de R$40.000 para ajuda nas despesas de Cheida para candidatura estadual, é uma empresa fabricante de agrotóxicos que se recusa (informação de 2006/07) a fazer Estudos de Impacto Ambiental. Outras empresas comprometidas com a receita de Cheida são criticadas por suas condutas nada favoráveis ao meio-ambiente na pagina da APROMAC. Em 2002, Cheida recebeu R$ 30 mil para as despesas.
Outra empresa que merece "destaque" é a Usina Alto Alegre que ajudou os cofres do PMDB com mais de R$ 200 mil.
Os trabalhadores da usina aumentaram a quantidade de 6,86 toneladas de cana cortada por dia em 2004 para 8,74 toneladas/dia na safra de 2007 - Na época da escravidão, a "meta-diária" era de 4 toneladas.

Uma boa proposta é questionar o motivo principal das doações para campanhas por parte das empresas privadas. O candidato defende qual ala? Necessidades básicas ou a expansão econômica da burguesia? Essa estranha parceria entre um candidato a um cargo público e o dinheiro das empresas que só visam o lucro, é certa ou errada?
Afinal, de que lado o candidato esta: Do que dá a receita ou do que cede o voto?

Certa vez estava numa dessas rodas de rua, onde a molecada fica toda reunida, discutindo sobre tudo. Nessas rodas eu colocava um limite em minha mente: Se começarem a falar de carro, mãe ou bosta, é porque o assunto já está na merda. Num dos papos, um dos rapazes disse que havia "ido" com uma moça conhecida nossa. A primeira reação de todos foi pedir - assim como em qualquer aglomeração feminina com a pauta "fofoca" - que contasse mais. Ele contou. Disse onde foi; como e quando, mas ele titubeou e nós fizemos pressão:

- Que foi cara, conta aí!
- Ahh, sei não.
- Conta!
- Meu... Ela peidou.

A reação foi mais eufórica quando comparada aos detalhes da noite. Muitos riram acreditando, muitos falaram que ele estava de brincadeiras e outros, assim como eu, cogitamos que o papo estava estranho. Ele terminou:

- É sério... Eu dei uma bronca e ela disse 'quem mandou me dar garapa’!

Delírio Geral. Anos e anos se passaram, porém se eu encontrar algum que estava aquele dia e lembrar desse assunto, de imediato este afirma e relembra os detalhes. Talvez alguns vão dizer que isso é normal e outros argumentarão que viram a prima comentando com a irmã um caso desses na "Marcia Goldschmidt".

O que me fez lembrar de tudo isso foi a coluna do Marcos Magno (Falar Brasileiro), na Caros Amigos de março. Ele descreve todo o seu repudio ao modo autoritário, dogmático e extremamente preconceituoso (sic) que Luiz Sacconi trata a "língua certa" no Brasil. Com punhos de aço em prol da extinção do falar ao modo dos baianos; dos idosos; dos petistas e analfabetos, todos esses, segundo Carlos Magno, são "asnos" para Sacconi.
Carlos Magno, sem remorso algum, acaba com todas as bases de Sacconi com um golpe apenas. Este:
No dicionário escolar de Sacconi, peidar-se significa "soltar gases pelo anus involuntária e repetidamente, principalmente no momento do coito". Ora essa, Sacconi, assim como o personagem lá em cima, acredita cegamente que o som expelido da mulher durante o ato sexual é um peido. Sim, o som que ele ouviu durante todas as suas relações, durante toda a sua vida sexual, para ele, era proveniente de uma força inexplicável, onde o acumulo de gases nas entranhas saltava sem explicação alguma.

Muitas vezes, provavelmente, ocorreu um certo desconcerto. “Poxa, moça, calma-lá” e a rapariga sem alternativa: “Foi o doce-de-leite”.

Não passou alguma vez pela cabeça dele que este “efeito sonoro” era fruto de ares acumulados na vagina da mulher?
Agora, tudo isto está inserido num dicionário escolar. Seu filho pode estar às vezes no começo de sua vida sexual pensando: Porra, elas poderiam segurar, né?
Esse tipo de explicação, ainda mais em um dicionário, pode também criar uma legitimação em grande escala. As meninas lêem e tomam isso como verdade; os meninos idem. Deve estar dificultando relações, invertendo lados e criando pré-conceitos por onde passa. Pode-se dizer que muitas garotas vão achar que a culpa foi da garapa; Muitos podem estar em rodinhas detalhando o desastre.
Muitos, assim como eu, podem achar que isso tá estranho... Mas e os outros que não pensaram assim?

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